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Proposta de 4 dias ganha apoio de sindicatos e resistência empresarial
O debate sobre a redução da jornada de trabalho no país ganhou as redes e também as ruas. Uma campanha pelo fim da jornada 6×1, ou seja, seis dias de trabalho e um de descanso, comum principalmente no comércio e na indústria, voltou a ser discutida no Congresso Nacional, com novas propostas para redução da jornada.
Nossa reportagem foi às ruas em Brasília para saber a opinião de quem só tem folga um dia na semana.
A jornada no Brasil já foi, inclusive, maior. Antes da Constituição de 1988, a jornada máxima era de 48 horas semanais. A partir de muitas lutas dos trabalhadores, foi possível diminuir para 44 horas, mas mantendo os seis dias úteis de trabalho por semana. Naquela época, empresários também afirmavam que a economia seria muito afetada, o que não ocorreu, como explicou o diretor adjunto do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), Victor Pagani.
Victor Pagani destacou que hoje, segundo dados do Ministério do Trabalho, cerca de 67% dos trabalhadores com carteira assinada têm jornadas superiores a 40 horas semanais, o que exige o sexto dia de trabalho.
Essa mobilização atual surgiu, inclusive, em uma greve pela redução da jornada dos trabalhadores da PepsiCo do Brasil. Josenildo Antônio Silva, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios e Alimentação de São Paulo, afirmou que os trabalhadores pedem essa redução há anos e viram neste momento uma oportunidade de luta.
No Brasil, algumas empresas já estão sensibilizadas com a situação. O empresário Fabrício Oliveira, CEO da empresa de tecnologia Volckan, adotou, desde 2023, a jornada de 4 dias de trabalho por semana e 3 de descanso. Ele relatou que essa mudança levou a um aumento de 32% na produtividade da empresa, trazendo mais felicidade aos empregados.
Por outro lado, a maior parte do setor empresarial é contra a redução da jornada. A Confederação Nacional da Indústria, em nota, afirmou que a proposta não considera a realidade nacional e tem potenciais efeitos negativos que beiram a irresponsabilidade econômica. Ressaltou ainda que reduzir a jornada de trabalho por lei não cria empregos.
Já as centrais sindicais veem o momento como oportuno para retomar essa luta. A CUT, maior central do país, afirmou que esse é um compromisso histórico do movimento sindical e que o fim da escala 6×1, sem redução de salários e sem retirada de direitos, já foi conquistado por outras categorias em negociações coletivas.
O Ministério do Trabalho e Emprego, em nota, informou que está acompanhando de perto o debate sobre o fim da escala 6×1, destacando que o tema exige o envolvimento de todos os setores em uma discussão aprofundada.
O mais novo projeto em tramitação na Câmara, de autoria da deputada Érika Hilton, tem gerado grande repercussão. Ele propõe a redução da jornada para 4 dias de trabalho e uma carga máxima de 36 horas semanais. O debate sobre o tema deve crescer ainda mais no país.
Written by: todasua
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